Quello che resta

Dove uno vive, lì ama.
Qualsiasi cosa uno viva, l’ama.
Dopo, si perdono i tratti
svaniscono i volti a uno a uno,
resta soltanto e non invecchia
la lingua che li ha descritti.

Rinvii

Rinviamo continuamente l’istante
in cui non ci incontreremo in nessun luogo.
Nel frattempo ridiamo molte volte
di tante cose della nostra vita,
e a volte piangiamo soli, di nascosto,
per ciò che non ritornerà mai più.

Titos Patrikios

Titos Patrikios è uno dei massimi poeti greci. Nato ad Atene nel 1928, prese parte, giovanissimo, al movimento della Resistenza greca durante l’occupazione nazifascista, in seguito visse la tragedia della guerra civile. Negli anni tra il 1951 e il 1954 fu deportato nelle isole di Makrònissos e Aghios Efstratios dove ebbe modo di conoscere altri intellettuali e poeti comunisti, tra cui il poeta Ghiannis Ritsos. Nel 1967, dopo il colpo di stato dei colonnelli, è vissuto in esilio a Parigi e Roma. La sua poesia si caratterizza da una forte valenza civile. Poesia resistente.

Não se mate

Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.
Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
Reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.
O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê, praquê.
Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá.

Carlos Drummond de Andrade

(1902-1987)